sexta-feira, 11 de julho de 2014

A partida

Um dia a menos no mês de janeiro.
Meu calendário quase todo riscado.
Coração acelerado, por onde anda você,
se não está ao meu lado.

Mesmo longe, te sinto perto.
O que fazer - pergunto meio incerto.
Tudo vira distração em meio a  nossa solidão.

Solidão? - Nunca estou só se penso em você.
E penso com frequência, a todo momento, toda hora.
O que fazer se você nunca quer ir embora? - desnorteado encaro o celular.

Nenhuma mensagem a faria voltar.
Nenhum pedido de desculpa faria esquecer.
E agora convivo com a dor de ter perdido você.

sábado, 5 de julho de 2014

Revolução

Lá estava ela, na beirada da cama olhando o horizonte, fitando as ondas quebrando no mar.
Lá estava ela, pensamento distante enrolada na bagunça das conchas da cama.
Lá estava ela, perguntando a ele qual é a razão do (a)mar.

Ele como bom apaixonado tentou poetizar com Neruda.
Fez a ela versos, dedicou-lhe música e ainda sim não respondeu sua pergunta.
Qual razão do (a)mar, se não (a)mar.

Ainda insatisfeita com a resposta do rapaz, ela decidiu ir se (infor)mar.
Andou pelas calçadas da praia, conversou com as pessoas e decidiu ir olhar o mar.
Sentada a beira da praia o rapaz a encontrou, disse sem muito pensar: - (A)mar é a nossa revolução.

Dado essa definição os dois se entreolharam, a moça compreendeu que o amor é a mudança, é organização de estrutura não só de uma sociedade, mas sim da vida entre duas ou mais pessoas.
E desde então eles procuram (procl)amar a revolução.

Um adeus

No calendário uma data circulada de azul.
Um mês depois a mesma data manchada de vermelho.
Não sabia dizer se era vermelho sangue ou de batom mesmo.

Roupas e fotos espalhadas pela casa, e na cama só um lençol branco.
Entrei no quarto sem pedir licença, sentei no pé da cama, peguei a foto deles.
Ele gritou, disse para ir embora, que não queria que o visse naquele estado.

Não obedeci, fui até a cabeceira e fiz um cafuné, desnorteado ele chorou.
Colocou a culpa em Deus, na família, no amante.
Amaldiçoou todos e no extremo da raiva, chorou por ela.

Foi a primeira vez que vi um homem chorar por uma mulher.
Uma mulher que o abandonou, que o trocou, que foi embora.
Foi a última vez que o vi chorar por alguém, foi a última vez que o vi.

Em uma tarde cinza, ele resolveu dizer ao mundo o quanto doía.
Escreveu uma carta de adeus, agradecimentos e terminou dizendo que foi ser feliz.
Em qual mundo, não sabemos.



terça-feira, 1 de julho de 2014

Escrevendo nossa história

Você que até ontem era apenas passado,
Hoje torna-se presente.
E eu que sempre me limitei, me anulei, chorei.
Hoje, consigo sorrir.
E o riso, mesmo que fácil encanta,
E desencanta alguém. 
E a história que tínhamos, é a ponte
Para a felicidade do agora.
Sabemos enfim, que ela nunca teve fim.