sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Poesia sem nome

Corpos tímidos.
Um fitando o outro.
Acho que não havia sorrisos, mas
poderia haver.

Nossos olhos, em um breve momento
se cruzaram.
Disfarçamos.
Voltei a te fitar, assustada, com medo.
Medo da rejeição que
poderia ter...

Nada aconteceu.
Nada aconteceu.
Nada aconteceu.

E então...

Os meus olhos marejados.
os seus aflitos.
Queria me ajudar,
não sabia como...

Eu sabia!
Sempre soube.
Te olhei novamente
e  finalmente fiz as pazes
com o espelho.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

(Re)Nascimento

Hoje renasci.
Olhei nos olhos
da Mulher que
me tornei.
Gritei.
Chorei.
Reagi.

Hoje sua opressão
não me calou.
Hoje meu medo não
me impediu de dizer
o quão tóxico você sempre foi.

Hoje eu e todas as Mulheres
que existem em mim falamos:
BASTA!

Não foi pequeno, foi gigante.

Hoje o grito foi de liberdade
e quem chorou foi você.
Mas
as lágrimas de machista a gente
não consegue nem passar pano.

A criança que tinha medo,
hoje renasceu, Mulher.

Te quiero

Eu te quero assim, do jeito que tu és.
Se puder falar mais baixo, usar roupas
menos curtas, melhor.
Comportada, de pernas fechadas e boca
também, afinal, eu consigo falar por nós.
Não, você pode ter opinião, se for igual
a minha.
Ta tirando foto, por quê? Cadê sua autoestima,
só quer ganhar likes, né? De quem?
Assim desse jeito, você não consegue ninguém,
aliás não pode ter ninguém.
Porque eu, eu já tenho o meu ego
e você,
serve aqui para bater palmas!

Tempos de poesias

Tempo de poesia,
tempo de (d)escrever sentimentos,
se é que 'isso' é possível.
Nas linhas do caderno a pergunta que faço é:
- "o que mais dizer a você, que não foi dito?"
O antes se mistura com o presente e está sempre
em busca do depois, mas depois de você como
poderia ser a vida?
Depois de você me mostrar um mundo de possibilidades,
de sonhos, de amor.
Depois de todas as tempestades eu continuo procurando
você como meu porto seguro, depois de todas as brigas
é com você que eu quero estar em paz e sendo assim é
você, e só você quem amo.
Com você, não tem depois, pois o meu desejo é sempre
de infinito.