terça-feira, 15 de maio de 2012

Amor e suas faces

"(...)E então lhe perguntei se seria demais ele me amar. Ele simplesmente olhou pra mim com os olhos profundos e sua a boca foi ficando seca, ele queria falar algo, mas não conseguia. Medo? Rejeição? Não sei, ele foi andando pra trás e então pegou papel e caneta, talvez as ideias deles saíssem melhor na folha, mas palavras nem sempre dizem o que queremos dizer, traduzir sentimentos é dificil, ainda mais no caso dele. Ele não era o tipo de cara que diz ou escreve o que pensa. Ele guarda, e se afoga nos pensamentos, nas mentiras, nas verdades, nos sentimentos. E mesmo assim eu ainda o amava com todas as minhas forças. Fui me aproximando dele, pra ver o que tanto escrevia, quando me deparei com: " Não me peça para ama-lá, amor não é teoria. Acontece e pronto. Eu não saberia retribuir tamanho amor e admiração que tens por mim e me considero o pior cara do mundo por dizer isto e saber disto. Eu gostaria que fosse você, eu queria muito que fosse você. Só que não é deste jeito, tem que ser natural, tem que acontecer devagar, tem que abrir meus olhos e o mundo pra mim. E eu sinto que você será aquela apenas pra desabafar, pra rir, pra chorar, pra conversar, talvez até pra trocar olhares, trocar beijos e segredos. Só que não vai passar de ser apenas uma amante pra se tornar o meu amor." - Li e reli as frases, ele soltou a caneta, pegou no meu rosto olhou nos meus olhos e disse: - Consegue entender agora? - Me soltou olhei pra baixo, suspirei. Olhei em seus olhos segurei suas mãos e disse: Eu espero! e ele surpreso disse: Espera pelo que? e eu respondi: Por você, não importa quando, onde. Eu vou esperar você navegar em outros mares, conhecer pessoas e quando finalmente descobrir que eu sou a sua outra metade eu estarei aqui, esperando você rasgar esta carta e perceber o seu erro. Ele não respondeu, nem escreveu mais nada. Olhou pra mim com aquele sorriso perfeito deu uma risadinha e então completou: Você não desiste fácil, não é? E eu ri e disse: - de você não. Ele desistiu de fugir de mim, me abraçou e falou bem baixinho no meu ouvido: Não vou te prometer nada, mas vou tentar. Eu não queria ouvir mais nada, aproximei ele de mim devagarinho deixando os braços dele caírem na minha cintura, ele era a parte de mim que eu mais gostava, ele se encaixava em mim. Ele era meu. Tinha que ser e se não fosse, não haveria ninguém que o suprisse. E ele reconhecia que eu era o encaixe perfeito dele. Tentaríamos de um jeito meio errado, sermos os certos em nossas tão complicadas e confusas vidas em casal. E de um jeito ou de outro em algum momento seríamos felizes.